CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é um dos tumores caracterizado pela multiplicação de células anormais da mama, que permitem a formação de um tumor. Não é uma doença única, existindo vários tipos e subtipos. Alguns podem evoluir de forma rápida, enquanto outros são mais lentos. É o tipo de tumor mais frequente em mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e corresponde a quase 30% dos novos casos de câncer.
No Brasil, foram previstos pelo INCA 66 mil novos casos da doença, sendo a segunda causa de morte mais frequente ficando atrás de doenças cardiovasculares, como infarto ou derrame (AVC). Mas apesar do número crescente e da alta incidência, é importante ressaltar que um estilo de vida saudável pode ajudar na prevenção e o diagnóstico quanto mais precoce, melhores as chances de remissão da doença.
FATORES DE RISCO
O câncer de mama ocorre quando há uma proliferação exacerbada das células, ou seja, uma multiplicação rápida e desordenada celular que pode ocorrer por fatores ambientais e genéticos.
Em geral, o aparecimento está associado a fatores ambientais – o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida). Já os fatores hereditários são responsáveis por menos de 10% dos cânceres de mama.
Outro importante fator que contribui para essa “desorganização celular” é a alteração na produção do estrogênio. O hormônio tem relação direta com a atuação no crescimento das células da mama, o que resulta em um potencial aumento de modificações genéticas. Desta forma, quaisquer causas que possam aumentar os níveis de estrogênio, consequentemente, aumentará o risco de desenvolvimento do câncer.
Entre os principais fatores estão:
• Obesidade: o excesso de gordura corporal produz elevadas quantidades de estrogênio gerado pelo tecido adiposo;
• O consumo regular de bebidas alcoólicas em quantidades superiores a 60 gramas diárias também tem relação com a origem da neoplasia de mama, visto que esta possui um metabólito chamado acetaldeído, o qual é carcinogênico, imunodepressor e estimulador da produção de estrogênio;
• Tabagismo;
• Uso de hormônios na pós-menopausa (reposição hormonal de estrogênio e progesterona combinados);
• Dietas de alto teor calórico;
• Estresse em excesso;
• Sedentarismo.
28%
Em contrapartida, investir em uma rotina saudável contribui para a prevenção e reduz em aproximadamente 28% os casos de câncer de mama.
• Prática regular de atividade física: 150-180 minutos de atividade aeróbica semanal.
• Controle do peso: manter a circunferência abdominal abaixo de 92 cm.
• Gerenciamento do estresse: técnicas como meditação, mindfullness e terapia.
• Não fumar
• Evitar o consumo de álcool
• Dieta balanceada e alimentação adequada, de preferência com uma maior quantidade de alimentos orgânicos.
• Amamentação: também é um fator protetor, quanto mais precoce se iniciar a a amamentação e proporcional ao tempo.
• Consultar seu médico regularmente para realização de exames.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Identificar o câncer de mama nas fases iniciais é o maior aliado para um tratamento eficaz, aumentando assim as chances de cura e também a qualidade de vida. De acordo com dados americanos, 95% dos casos de câncer de mama diagnosticados no início têm possibilidade de cura.
A consciência corporal, a observação das mamas e o comprometimento em consultar seu médico regularmente são essenciais para o diagnóstico precoce.
Entre os principais fatores estão:
• Nódulo fixo e geralmente indolor;
• Pele da mama avermelhada ou retraída;
• Alterações no mamilo;
• Nódulos nas axilas e/ou no pescoço;
• Saída de líquido anormal das mamas.
EXAMES DE RASTREAMENTO
Na maioria dos casos, o câncer de mama não apresenta sintomas na fase inicial. Por isso, realizar exames de imagem das mamas regularmente e ter um acompanhamento médico é essencial.
O exame clínico é realizado pelo médico e pode detectar lesões maiores de 1 cm e constatar a presença de secreções dos mamilos. No Brasil, a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é a realização da mamografia de rastreamento anualmente a partir dos 40 anos. Já as mulheres com risco elevado, como histórico familiar, devem começar em idade mais precoce. A avaliação médica fará uma avaliação específica do caso e definirá a conduta a seguir.
Entre os exames de rastreamento estão:
• Mamografia: Exame mais importante para o diagnóstico precoce, contribuindo com reduçao da mortalidade. Deve ser feito com intervalo anual após 40 anos.
• Ultrassonografia: Indicado para mulheres jovens com mamas mais densas, quando a sensibilidade da mamografia é reduzida e em associação com a mamografia.
• Ressonância Magnética: É recomendado para rastreamento em mulheres de alto risco, e em algumas situações pontuais como estadiamento pré-operatório e controle da resposta a quimioterapia neoadjuvante.
• Autoexame: Diretrizes atuais não recomendam o autoexame das mamas como técnica de diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de mama, mas através da consciência corporal podem ser identificados lesões pequenas com grande expectativa de cura.